Fundeste receberá Prêmio Expressão de Ecologia
Destaque decorre de projeto do Instituto Goio-En
A realização do Projeto de Preservação das Espécies Migradoras de Peixes do Rio Uruguai – Piraqué proporcionou à Fundação Universitária do Desenvolvimento do Oeste (Fundeste), através do Instituto Goio-En, o mais importante prêmio concedido na área ambiental no Sul do Brasil. O Projeto Piraqué, por sua contribuição para o desenvolvimento da piscicultura regional e para a educação ambiental, é um dos vencedores do Prêmio Expressão de Ecologia 2010 na categoria Conservação da Vida Silvestre.
Criado pela Editora Expressão em Florianópolis em 1993, um ano após a Conferência Mundial do Meio Ambiente realizada no Rio de Janeiro, a Eco 92, o prêmio está em sua 18a edição, com o registro da trajetória da consciência ambiental da região Sul e um mapa da evolução da sustentabilidade no período. Certificado pelo Ministério do Meio Ambiente como a maior premiação ambiental da região Sul, o Prêmio Expressão de Ecologia contabiliza 1.674 cases inscritos nestes 18 anos. Na edição de 2010, foram 153 cases inscritos, que estão detalhados no site http://www.expressao.com.br/ecologia/conteudos/cases2010.
O desenvolvimento de pesquisas e tecnologias e a preservação da diversidade genética dos peixes nativos migradores do Rio Uruguai são os principais objetivos do Projeto Piraqué, denominação originária da língua indígena tupi-guarani, pela qual “pira” significa peixe e “qué” é cuidado e atenção. A iniciativa tem como parceiros a Unochapecó, o Ministério da Pesca e Aquicultura, a Foz do Chapecó Energia e os municípios de São Carlos e Águas de Chapecó. As atividades são desenvolvidas na estrutura da Estação de Piscicultura de São Carlos (Episcar), inaugurada em 1997 às margens do rio Uruguai e primeira unidade de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia voltada para as espécies de peixes nativos do rio Uruguai. Hoje essa estação detém o único banco genético vivo de todas as espécies migratórias de peixes do Rio Uruguai. A partir de agosto o projeto também contará com nova estação, que é construída em Águas de Chapecó.
Outros objetivos do projeto estão voltados para disponibilizar peixes nativos para o repovoamento e cultivo comercial das espécies, a capacitação de pescadores, produtores e ribeirinhos no manejo dos peixes e o estabelecimento de ações de educação ambiental. Também possui como finalidades servir de base tecnológica para projetos interinstitucionais de pesquisa e extensão dos peixes do rio Uruguai, recuperar áreas degradadas e reconstituir as matas ciliares da região, através da produção de mudas e plantio de espécies florestais nativas.
Resultados obtidos
Para a diretora do Instituto Goio-En, Débora Lemes Cella, essa premiação é o reconhecimento a uma série de profissionais e entidades que colaboram com o projeto e se preocupam com a preservação da diversidade genética dos peixes nativos migradores do rio Uruguai. Acrescenta que “o Prêmio Expressão, concedido por uma instituição de credibilidade, reforça o compromisso com tantos outros desafios que a área de ecologia de ambientes aquáticos apresenta”. Conforme a diretora, o propósito de preservar e desenvolver a piscicultura ganhará força com a nova unidade de Águas de Chapecó, que permitirá, com maior capacidade instalada, ampliar os esforços no desenvolvimento de pesquisa e tecnologia.
O julgamento dos projetos inscritos no Prêmio Expressão de Ecologia foi feito por um corpo de jurados composto por biólogos, engenheiros florestais, consultores e doutores na área ambiental, profissionais de entidades e organizações não governamentais dos três Estados do Sul. Os projetos vencedores, além de serem destacados no Anuário Expressão de Sustentabilidade, que circulará em junho, receberão o troféu Onda Verde, no Fórum de Gestão Sustentável, que ocorrerá em julho.
Entre os resultados obtidos pelo Projeto Piraqué, estão a obtenção da primeira reprodução em cativeiro do dourado e da piracanjuba na bacia do rio Uruguai e a realização anual da reprodução do dourado (Salminus brasiliensis), curimbatá (Prochilodus lineatus), pintado amarelo (Pimelodus maculatus), suruvi bocudo (Steindachneridion scripta), surubim pintado (Pseudoplatystoma corruscans) e piracanjuba (Brycon orbignyanus). Também resultam do projeto o monitoramento da água, a adaptação e desenvolvimento de tecnologia de criopreservação de sêmen de peixes, a transferência de tecnologia ao setor produtivo e a publicação de trabalhos científicos em revistas nacionais e internacionais.